23/03/09

antónio ramos rosa

Ainda poesia...
E porque passei os meus olhos e mãos pelo livro
E porque muitas vezes vou ao espaço da rosa, onde existe um poema dele inscrito numa tela oferecido ao dono e que deu nome ao restaurante
E porque gosto dos seus desenhos de rostos
E porque o leio
E porque partilho com ele o dia que nasci!...coincidências engraçadas.
E também pelo que o poema diz:

|A PALAVRA NÃO TEM OLHOS MAS PÁLPEBRAS DE NEBLINA|

A palavra não tem olhos mas pálpebras de neblina
ás vezes transparente Por isso ela caminha lentamente
como uma sombra em corredores de sombra
e treme como se fosse cair ou perder o seu hálito

Ela quer ler a sua própria chama
que ás vezes não é mais do que um archote de cal
Nunca sabe o dia da semana porque o seu calendário é o vento
e arde sob a chuva da sombra como lâmpada trémula

Mas o seu rosto não se vê em nenhum espelho
e embate na porta atrás da qual se ouvem ecos
que não são de ninguém ou já foram e talvez sejam retratos
e procura levantar a parede que falta sempre dos seus lados

2 comentários:

© disse...

poesia sempre.
esta é linda, me
:)

me. disse...

ci.bi, é sempre um bom recanto!